Paciente vai em ambulância só com motorista em Limeira
terça-feira, 18 de janeiro de 2011Flagramos ontem uma situação que é corriqueira quando se trata do serviço da Central de Ambulâncias da prefeitura da cidade de Limeira: quando transportado, o paciente é acompanhado somente pelo motorista. Não há nenhum médico ou enfermeiro dentro da ambulância que possa prestar ajuda ao paciente.
Na tarde de ontem, um homem que sofreu um ataque epiléptico nas imediações da Vila São João foi transportado até a Santa Casa somente na presença do motorista. O veículo demorou 15 minutos a chegar. O JL flagrou o momento da chegada da ambulância ao hospital, quando o motorista, que preferiu não se identificar, pediu ajuda ao segurança do pronto-socorro (PS) para retirar a maca do veículo.
“Sempre foi assim. Às vezes, temos que chamar alguém que está passando na rua para ajudar a colocar o paciente dentro de ambulância”, disse o motorista que atendeu a ocorrência. Ele aponta que tem cursos de primeiros socorros e saberia prestar uma assistência, caso o paciente passasse mal durante o trajeto. “Eu trabalho com isso há muitos anos e tenho os cursos. Os motoristas novos, porém, nem curso têm. Se o paciente passar mal, acho que eles não sabem nem colocar o colar cervical”, afirmou.
Secretário de Saúde, Gerson Roberto Hansen Martins afirmou que o serviço da Central de Ambulâncias serve somente como transporte. “A ambulância é só para o transporte. Sempre foi assim. É um sistema antigo que nunca foi atualizado. Por isso, a partir de junho, teremos o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”, disse.
O secretário ainda apontou que os motoristas, de fato, não são preparados para atender os pacientes e simplesmente oferecem transporte.
MANUTENÇÃO
No início do mês, o Jornal de Limeira mostrou a dificuldade que os usuários têm para conseguir uma ambulância. Catorze veículos aguardavam manutenção e somente 10 estão em funcionamento. Uma empresa de Jundiaí foi contratada para realizar os consertos. “As ambulâncias já estão sendo consertadas. Só três veículos que não, já que o preço é muito caro. Vou analisar se é viável consertá-las ou vale a pena adquirir veículos novos”, disse o secretário.
Com número da frota reduzido, os usuários têm que ficar esperando a chegada da ajuda – que, às vezes, demora. Além disso, outro problema é que a empresa contratada para fornecer sete novos veículos não cumpriu o prazo. “Eles tinham que ter entregado essas sete novas ambulâncias até o dia 10 de janeiro. Perderam o prazo e serão multados. Estou aguardando resposta para ver se posso chamar a segunda colocada ou se é preciso nova licitação”, disse Hansen Martins.
Fonte: Jornal de Limeira