Falta de mão de obra contrapõe crescimento em Limeira
terça-feira, 25 de janeiro de 2011O número de contratações em diversos setores em Limeira no ano passado foi positivo – entre eles, a Construção Civil. A liberação de crédito para construções e programas de financiamento – como o “Minha Casa, Minha Vida”, da Caixa Econômica Federal (CEF) – contribuiu para o aquecimento do setor, que ainda vem colhendo frutos. No entanto, as construtoras esbarram em um problema principal – a falta de mão de obra especializada. Encontrar pedreiros qualificados e também engenheiros vem sendo um problema constante. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Limeira (Siticecom), o déficit na cidade é de aproximadamente 2.000 trabalhadores qualificados e as funções principais que estão em falta são: pedreiro, carpinteiro, armador e mestre de obras. A solução encontrada é a contratação de pessoas de outras cidades e estados.
“Nossa maior dificuldade é encontrar carpinteiros e pedreiros, principalmente os de acabamento”, afirma o proprietário da construtora R. Maluf, Renato Hachich Maluf. Segundo ele, atualmente, 30 pessoas de fora do Estado prestam serviços para sua empresa. “Boa parte desses trabalhadores vem do Ceará, Pernambuco e Bahia. O grande problema é que depois de três ou quatro meses, eles querem voltar para ficar com a família”, aponta Maluf.
O custo do trabalhador de fora também acaba ficando mais caro, já que eles recebem, além do salário, moradia e comida. “O salário do trabalhador de fora aumenta em torno de 20% com estes custos extras. Pedreiro não se acha mais na cidade. Cerca de 500 trabalhadores de fora estão aqui, vindos de todo o Estado, Minas Gerais e Nordeste”, aponta o presidente do Siticecom, Ademar Rangel. “A cada mês, inúmeras obras vão deslanchando, sem contar as já existentes. E o problema da mão de obra qualificada continua. A tendência é aumentar, principalmente com obras públicas – como a do viaduto (que será construído sobre o Anel Viário e que ligará a Avenida Comendador Agostinho Prada e o Jardim Florença)”.
Segundo Rangel, outra medida adotada é a contratação de pedreiros sem experiência e que acabam sendo treinados nos canteiros das obras. “E o salário tem que ser bom. Eles não aceitam um trabalho que exige muito fisicamente para ganhar pouco”, diz. Segundo o presidente do Siticecom, também há dificuldade em encontrar engenheiros qualificados, mas o problema é mais fácil de ser resolvido. “O engenheiro consegue administrar diversas obras ao mesmo tempo, diferente do pedreiro”, diz.
CURSOS
Segundo o presidente do Sindicato Patronal das Indústrias da Construção e Afins de Limeira (Sincaf), Mário Botion, apesar das dificuldades nas contratações, a produção não está sendo afetada. “Este é o setor que mais absorve mão de obra não qualificada – como, por exemplo, o ajudante de pedreiro”, aponta Botion.
Segundo ele, a saída mais próxima é qualificar esses trabalhadores. “O compromisso deve ser das empresas e dos sindicatos. Temos uma parceria entre o Sincaf, Siticecom, Senai e a Escola do Trabalho para que esses cursos sejam oferecidos”, apontou Botion.
A Escola do Trabalho informou ao Jornal de Limeira que os cursos previstos para 2011, no setor de Construção Civil, são de armador de ferros, carpinteiro de formas, eletricista residencial, encanador, marceneiro, pintor residencial, pedreiro assentador e pedreiro revestidor. No entanto, as inscrições devem ser abertas somente no próximo mês.
Fonte: Jornal de Limeira