Pelo menos 1.600 crianças ficaram sem vagas em creches, este ano, na cidade de Limeira. A informação é do secretário de Educação, Antonio Montesano Neto. A falta de creches suficientes para atender a demanda do município é um problema que se arrasta há vários governos. No início do ano passado, o Ministério Público (MP) moveu uma ação contra o prefeito Silvio Félix (PDT) determinando a abertura de 1.800 vagas na rede municipal.

Conforme Montesano, a ação – movida pelo promotor Nelson Peixoto – resultou em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), que foi cumprido na íntegra. O Jornal de Limeira tentou obter informações junto ao promotor, porém, sem sucesso.

Coordenadora do Conselho Tutelar de Limeira, Claudinéia do Amaral afirma que a procura de pais por vagas em creches continua alta. “De janeiro a março deste ano, houve uma média de 100 solicitações por mês. Vale lembrar, porém, que há muitas mães que não procuram o conselho”, fala.

Outro problema também é apontado pela coordenadora. A maioria das creches não está atendendo o berçário 1, a partir de quatro meses. Ela cita algumas: CIs “José Reinaldo”, “Flora de Castro” e “Irmã Maria”.
Atualmente, de acordo com Montesano, a maior demanda por vagas é na região central. O secretário explica que os pais, ao se cadastrar, indicam o local próximo do trabalho, da casa e também outros de seu interesse. Como muitos passam ou trabalham pelo Centro, é comum que indiquem as unidades centrais entre uma de suas escolhas.

Montesano garante, porém, que haverá uma diminuição deste déficit já no meio do ano. Os bairros contemplados com novas unidades escolares são o Parque Residencial Antonio Simonetti, com a construção de um novo centro infantil (creche), com estimativa de atender 250 crianças, entre 0 e 5 anos; o Jardim Campo Belo, também com um novo CI, com mais 250 vagas para crianças desta mesma faixa etária; e o Jardim Presidente Dutra, com a construção de um centro de educação infantil e ensino fundamental (creche e 1º a 5º ano), com atendimento a alunos de creche, pré-escola e ensino fundamental, entre 0 e 10 anos, atendendo cerca de 400 vagas.

REIVINDICAÇÃO

Recentemente, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) enviou uma nota, assinada pela coordenadora da entidade, Silvana Aparecida Aires Barbosa, manifestando-se sobre o assunto. “A criação de mais vagas em creche é uma reivindicação antiga da Apeoesp. Nossa luta é permanente, diante dos prejuízos que este processo causa à qualidade do ensino, aos pais, que não tendo onde deixar os filhos, não podem sair para trabalhar, podendo, inclusive, gerar desemprego na categoria, afetando os professores. Também não podemos perder de vista a luta pela obrigatoriedade de creches e pré-escolas a todas as crianças.

Ao Poder Público, cabe, em primeiro lugar, cumprir sua obrigação constitucional de assegurar à população o pleno atendimento do ensino infantil. O Fundeb assegura recursos para esta finalidade, tendo em vista que ele abarca toda a educação básica – da educação infantil ao ensino médio”, diz a nota.

Fonte: Jornal de Limeira