Uma vistoria surpresa em escolas de guia da cidade Limeira, realizada anteontem pelo CAE (Conselho de Alimentação Escolar), detectou irregularidades na merenda servida em algumas unidades de ensino. O trabalho foi acompanhado pelo vereador Ronei Martins (PT) e pelo assessor do vereador Mário Botion (PR), Paulo Silas.

Foram visitadas três escolas pela manhã e duas à tarde. De acordo com Ronei, casos graves foram encontrados. Ele não informou os nomes das instituições para preservar diretores e professores. “Em uma escola estadual, a merendeira confirmou que serve, por dia, entre 140 e 190 pratos de merenda. Há esta diferença, pois, dependendo da comida, há crianças que não comem. Quando há peixe, por exemplo, muitas deixam de comer. O que me causou estranheza é que no relatório de medição dos pratos servidos, havia 480 por dia”, contou Ronei, apontando a discrepância sobre o número de crianças que comem a alimentação da unidade e o relatório. Este relatório serve de base de cálculo do total de merenda do mês para que seja feito o pagamento à empresa Le Baron, que é a responsável pelo serviço em Limeira.

Outra situação considerada irregular ocorreu em um centro infantil. De acordo com o vereador, 250 crianças estão matriculadas no local e cada uma delas tem direito a um cardápio composto por quatro refeições diárias. “No relatório de medição da merenda, porém, estava escrito que são servidos 629 cardápios. Se cada cardápio tem quatro refeições, significa que são servidas na unidade, por dia, 2.516 pratos. Se são 250 crianças, quer dizer que elas comem, por dia, 10 refeições? É um absurdo. Elas têm menos de 4 anos”, falou Ronei.

O petista declarou que uma diretora de creche chegou a denunciar que era obrigada a assinar um relatório de medição, que já vem pronto da Secretaria da Educação. “Nota-se que tem muita coisa errada na merenda e que este assunto merece novas investigações”, afirmou Ronei, que vai entregar as denúncias ao Ministério Público (MP) na segunda-feira.

Outras irregularidades encontradas pelo CAE, segundo o vereador, foram peixes embalados sem prazo de validade e um saco de fubá com mofo.

Fonte: Jornal de Limeira