Morador de Limeira trazia cocaína para virar oxi
quarta-feira, 25 de maio de 2011Já há indício da introdução da droga chamada oxi na cidade de Limeira. Mais vicioso e letal do que o crack, conforme apontam especialistas, o entorpecente ainda não foi encontrado na cidade pela polícia, mas a prisão de uma mulher limeirense em São Paulo com cocaína revelou que envolvidos com o tráfico em Limeira já buscam disponibilizar o produto na cidade. Isto porque a cocaína seria processada e transformada em oxi, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).
A suspeita foi presa na capital, na sexta-feira, com quase um quilo da droga prestes a retornar a Limeira. Nove mil reais estariam envolvidos no transporte do entorpecente.
Grávida de sete meses, a transação incumbida à vendedora A.F.R., 26 anos, passaria despercebida à polícia, caso não demonstrasse comportamento suspeito diante de policiais militares. Ao notá-la numa das plataformas de embarque no Terminal Rodoviário do Tietê, na capital, pms chegaram a pensar que A. passava mal na ocasião, devido à gravidez. Os policiais também aguardavam o ônibus para voltar para casa quando perceberam a vendedora “extremamente nervosa” diante da presença deles.
No primeiro momento, os pms acreditaram que A. não estaria bem, devido ao avançado estado de gestação, o que os motivou a oferecer auxílio, socorro. Quando se aproximaram, porém, sentiram um forte odor semelhante a entorpecente junto a ela. Questionada quanto à suspeita, A. novamente se mostrou “extremamente apreensiva” com as perguntas dos policiais. Eles, então, solicitaram a abertura de sua bolsa de viagem. Em seguida, os pms localizaram um tablete aparentando ser pasta-base para a obtenção do oxi.
Moradora no Parque Nossa Senhora das Dores, logo A. confessou que iria trazer a droga para Limeira, porém, não revelou quem a receberia, apenas esclareceu que iriam pagar R$ 9 mil pelo entorpecente, após transformá-lo em oxi. A vendedora também informou ter comprado a droga nas imediações da avenida Cruzeiro do Sul, em Santana, na capital. Com a descoberta, A. foi levada à base da PM no próprio Terminal do Tietê, onde foi revistada por uma policial, mas nada ilícito foi constatado.
Encaminhada ao 9º DP (Caramdiru), A. acabou presa em flagrante por tráfico de drogas, após a perícia constatar a existência de cocaína no material. Assim como o crack, o oxi também tem a cocaína como princípio ativo, porém, ao ser preparado, outros componentes – como querosene e até gasolina – são utilizados no refino. “Infelizmente, é lamentável. Eu só gostaria que as pessoas e nossa sociedade tivessem mais educação e consciência para se manter afastadas, longe das drogas”, considerou o delegado Marciano Martin, chefe da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) limeirense ao comentar ontem a prisão de A. em alusão à entrada da nova droga na cidade.
Para delegado seccional, oxi já está disseminado
Para o delegado seccional de Limeira, José Henrique Ventura, o oxi já se encontra disseminado pelo país, porém, ainda tido como crack. “Na realidade, o oxi que descobriram agora já estava rodando. É que agora há mais divulgação quanto a esta nova droga, mas o oxi já era encontrado nas ruas como crack. O que difere agora é o seu cheiro, que é mais forte. E também mata o usuário por ser mais barato e viciar mais”, declarou ontem ao comentar a prisão da mulher limeirense na capital com quase um quilo do entorpecente.
“Não foi do dia para a noite (a chegada do oxi no Brasil). Já estava entrando no mercado. Vem rodando há muito tempo como crack, só que o oxi é feito com coisas piores do que vão no crack, mas o princípio ativo ainda é o mesmo, ou seja, a cocaína. Só que sabemos como detectá-lo em decorrência do forte cheiro, devido ao uso até de combustíveis no seu preparo, porque, assim como com o crack, os testes (perícia) sempre indicam a presença de cocaína como princípio ativo”, completou Ventura.
Fonte: Jornal de Limeira