Cultura afro reforça ensino nas escolas de Limeira
sexta-feira, 15 de julho de 2011Desde o início do semestre, o ensino afro foi incluído na grade disciplinar de todas as escolas municipais da cidade Limeira. Mas em algumas instituições, como a EMEIEF Prof. José Justino Castilho, no Jardim Santa Eulália, a cultura e a literatura afro fazem parte do cotidiano dos alunos há mais tempo.
No mês passado, a escola recebeu o projeto “Mala Afro Viajante”, da Secretaria de Educação, e realizou uma tarde de atividades ligadas a cultura afro. De acordo com a coordenadora da “José Justino”, Márcia Bernardo, 80% dos alunos são afrodescendentes, por isso o tema sempre foi tratado dentro de sala de aula. “Nós valorizamos a cultura e a literatura afro há anos. Até mesmo porque isso levanta a autoestima dos alunos e desperta o sentimento de respeito a todas as raças”, declarou.
Os alunos assistem a peças teatrais, filmes e leem livros sobre a história e a cultura afro. E a questão do preconceito é trabalhada em todas as disciplinas. A iniciativa da “José Justino” é hoje seguida pelas outras escolas municipais para atender uma lei que torna obrigatório o ensino afro em todas as instituições de ensino, públicas e privadas.
RECENTE
A lei é de 2003, mas a inclusão do ensino na rede municipal é recente em Limeira, iniciada no primeiro semestre deste ano. “A lei ficou muito tempo no papel. Algumas escolas da cidade já faziam atividades relacionadas à cultura afro, mas a criação de um plano de ensino e a formação de professores aconteceu somente neste ano”, relatou a coordenadora do Centro de Difusão da secretaria, Eliza Gabriel da Costa.
De acordo com ela, todos os coordenadores das escolas participaram de cursos para levarem o conhecimento aos professores de todas as disciplinas dos ensinos infantil e fundamental. “Eles trabalham com a literatura, história e a cultura afro. E ainda temos o projeto da ‘Mala Afro Viajante’, que fica dois meses em cada escola”, falou.
Para Eliza, o ensino afro contribui com a formação de cidadãos mais conscientes. “Eles vão ser adultos mais tolerantes às diferenças raciais.”
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