Contra as drogas, homem pede para ser preso em Limeira
segunda-feira, 12 de setembro de 2011A atitude tomada na manhã de ontem foi desesperadora. Bem cedinho, um homem de 31 anos de idade, separado e pai de duas meninas, dirigiu-se ao Plantão Policial guia de Limeira e fez um pedido estranho. Queria ser preso. E o motivo está associado às drogas. Passou a usar cocaína e crack há um ano e sete meses. Foi logo após o fim do casamento.
Acredita o homem, cuja identidade não será revelada, que a cadeia poderá ajudá-lo neste momento. “Lá dentro não tem a maldita (droga)”, disse. Só que ele não foi preso. Nem poderia ser. Não tem passagens pela polícia. “Tinha a esperança de ser preso porque estou sem pagar a pensão de minhas filhas há cinco meses. Mas a minha ex-mulher não denunciou”, falou.
Anteontem, o pedreiro conta que buscou ajuda em vários lugares, mas não conseguiu. Buscou apoio até num hospital da cidade. À tarde, então, foi trabalhar. Carregou latas de concreto das 15h às 21h, e o dinheiro que ganhou gastou com drogas. “Usei crack a noite inteira. Foram R$ 98″, revela.
A vida do homem perdeu a graça, segundo ele. “Não aguento mais sofrer. A minha família também sofre com isso. Tenho dó da minha mãe, que sempre teve orgulho de mim. Acabei com tudo que tinha em casa. Só sobrou a televisão que era do meu pai. Pelo fato de eu estar assim, minha mãe e meus irmãos já não acreditam mais em mim”, conta.
Um dos motivos para que ele passasse a usar mais drogas foi o afastamento de suas filhas – de 4 e 7 anos. “Antes, chegava em casa e elas estavam lá. Depois, com a separação, passei a ficar com elas só aos domingos. Sinto falta desse convívio, pois as minhas filhas são tudo para mim”, revela.
As drogas, de acordo com o homem, foram a pior “desgraça” em sua vida. “E sozinho não estou conseguindo me livrar. Já frequentei igreja, reunião de grupos e não consigo. Estou disposto a ficar internado. Quero ir por vontade própria”, cita. No início deste ano, ele ficou internado durante quatro meses. “Não deu certo porque fui contrariado. Naquela época não queria me libertar. Agora, eu quero. A minha vida está acabando. Não posso mais ficar nas ruas. Tenho fé que internado vou ficar curado. As drogas são uma doença”, conta.
Fonte: Jornal de Limeira
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