A Câmara de Iracemápolis prepara uma nova frente de trabalho na tentativa de mudar a decisão do governo estadual de construir um presídio na rodovia SP-306, que liga Iracemápolis a Santa Bárbara d’Oeste, na zona rural da cidade de Limeira. Como mostrou o Jornal de Limeira, o modelo de unidade prisional que será adotado é o CPP (Centro de Progressão Penitenciária), que terá capacidade para abrigar aproximadamente 1.000 presos em regime semiaberto.

Uma comissão especial para discutir o assunto foi formada pelos vereadores Cláudio Cosenza Filho (PSDB), Donizete Stein (PP), Marcos César Gomes (PR), Messias Almeida (PPS), Rodrigo Pereira da Silva (PV) e Valmir Gonçalves de Almeida (PT).

Amanhã, às 10h, uma reunião que visa a discutir o assunto está agendada no Legislativo, com a presença do deputado estadual Cauê Macris (PSDB). “A ideia é convidar deputados que foram votados em Limeira, Iracemápolis e Santa Bárbara. Queremos uma audiência com o governador. Não queremos o presídio ali”, afirma Cosenza.

Segundo ele, a ideia era que o prefeito Silvio Félix (PDT) tivesse discutido o assunto com as cidades envolvidas. “Ele decidiu sem ouvir a região”, opina o vereador. “Na rodovia, estão surgindo áreas industriais e se o presídio for construído, vai frear o crescimento deste polo industrial.”

Segundo o vereador Rodrigo Pereira da Silva (PV), a Câmara de Santa Bárbara já fez uma moção de protesto, que foi enviada ao governo. “Esperamos que com o apoio das lideranças, a gente consiga reverter essa situação. O local é mais perto dos perímetros urbanos das duas cidades do que de Limeira. Se as famílias dos presos forem se instalar na região, vão para Santa Bárbara primeiro”, diz.

INSEGURANÇA

Para o presidente da Câmara de Iracemápolis, Donizete Stein (PP), a instalação do presídio na rodovia já gera insegurança aos moradores. “Muitos sitiantes moram naquela região e já vieram me procurar. Além disso, empresários que estão se preparando para construir no local estão se sentindo ameaçados, já que o regime na cadeia será o semiaberto”, aponta Stein. “Não queremos que prejudique nenhuma cidade. Se fosse outro modelo de prisão, com regime fechado, não iríamos nos opor. Vamos fazer de tudo para que não seja construído ali”, diz Stein.

IMPASSE

Como o JL já mostrou, a decisão sobre a área onde o presídio seria instalado provocou diversas polêmicas. Inicialmente, a prefeitura tinha indicado um imóvel no bairro do Jaguari, também na zona rural, mas diante de protesto de moradores, o projeto naquele local acabou cancelado. Ainda foram discutidas áreas na SP-147, que liga Limeira a Piracicaba.

O local escolhido, na SP-306, fica a uma distância de dez quilômetros da SP-147, 16 quilômetros do perímetro urbano de Iracemápolis e dez quilômetros de Santa Bárbara.