Travesti de Limeira morre em cirurgia
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012Um travesti em guia de Limeira morreu em uma clínica, anteontem, em São Paulo, quando passava por uma cirurgia para colocar silicone. Eder Fernandes Assis, 19 anos, conhecido como Katy Campbell, foi eleito madrinha da Parada Gay 2011 em Limeira. A vítima trabalhava como gerente de um açougue. Um dos amigos que acompanharam o rapaz, Laércio Baraldi, presidente do Centro de Apoio à Diversidade, disse que a clínica aparentava ser clandestina. Antes da operação, em sua página do Facebook, Assis demonstrou nervosismo com a cirurgia.
Baraldi disse que a clínica foi escolhida pelo amigo após nove indicações de outras pessoas da cidade que colocaram silicone no local. “O valor de R$ 4.250 também foi levado em conta, pois, em Limeira, custaria cerca de R$ 9 mil e os médicos daqui não colocam silicone em homens”, comentou.
Um dia antes da cirurgia, o rapaz postou que em algumas horas a vida dele mudaria totalmente. Cerca de três horas antes do início da operação, ele postou na rede social que estava se preparando para o procedimento. Baraldi também disse que a cirurgia teria começado por volta das 11h. “Eles não fizeram nenhum exame de sangue. Outras pessoas que realizaram o mesmo procedimento disseram que também não realizaram exames antes da operação”, afirmou.
Baraldi ainda contou que ao chegar à clínica, ele, um amigo e a vítima ficaram assustados com as roupas que os funcionários usavam e chegaram a brincar que a clínica aparentava ser clandestina. “Antes de sairmos, pedimos para que fôssemos informados quando a cirurgia terminasse, pois iríamos fazer compras para o carnaval e depois voltar”, lembrou.
Como não recebiam notícias, por volta das 13h, os dois rapazes ligaram para a clínica e foram informados de que o amigo ainda estava sendo operado. “Voltamos às 16h30 para visitarmos e nos enrolaram. Neste momento, disseram que ele tinha sofrido uma parada cardíaca e que não poderíamos visitá-lo”, disse.
Baraldi e o outro colega ficaram do lado de fora da clínica e teriam visto o médico ir embora. “Às 19h, vimos uma mulher saindo com tubos de sangue e a seguimos. Vimos ela levando o material a um laboratório. Depois, entramos em contato com a família e contamos o que tinha acontecido”, lembrou.
Baraldi contou que, por volta das 20h30, recebeu uma ligação da clínica, em que foi informado que o amigo tinha tido outra parada cardíaca. “Já às 21h, a moça (da clínica) me ligou e informou sobre o óbito”.
Baraldi afirmou que a família da vítima sabia da cirurgia e que a clínica entrou em contradição quando foi informar o que tinha acontecido. “Vamos registrar um boletim de ocorrência para que o caso seja averiguado”, disse.
Fonte: Jornal de Limeira