Vereadores governistas rejeitaram ontem à noite projeto do vereador Ronei Martins (PT) que previa a realização de audiência pública antes de a Prefeitura de Limeira conceder reajuste de tarifa para o transporte coletivo. Foram mais de duas horas de discussão entre a ala da situação e a da oposição, com troca de farpas e críticas de ambos os lados.

A medida foi rejeitada por sete votos a seis – por se tratar de uma Proposta de Emenda à Lei Orgânica do Município, eram necessários ao menos dez votos favoráveis para que fosse aprovada.

O projeto tramitava na Casa há pelo menos seis meses. O prefeito Silvio Félix (PDT) já tinha mostrado resistência ao tema em uma conversa recente que teve na Câmara com o próprio Ronei. E, a partir disso, determinou que sua bancada barrasse a proposta, segundo apurou o Jornal de Limeira.

E foram várias tentativas para que o projeto não fosse votado. Tanto é que o mesmo chegou a ir para a pauta em algumas sessões, mas sempre recebia emendas de vereadores da base aliada – uma manobra para postergar a votação.

Ontem, o projeto foi analisado com oito emendas. E o curioso é que os vereadores governistas acabaram votando contra suas próprias emendas. Uma delas, por exemplo, de autoria de Sílvio Brito (PDT), previa que as audiências ocorressem com 30 dias de antecedência da concessão do reajuste. Brito, porém, disse que não era mais favorável à sua emenda.

“Nós analisamos e achamos que a proposta não é viável, pois esta Casa já aprovou o Conselho Municipal dos Transportes, que vai cuidar desta parte”, declarou Brito.

Todos os governistas basearam seus discursos dizendo que caberia ao conselho realizar a audiência e, portanto, a proposta de Ronei seria redundante. O petista, porém, foi crítico com os colegas. “Que mal faz uma audiência pública? Por que não ouvir a população?”, dizia ele, aos gritos, na Tribuna do Plenário.

Outro trunfo usado pela oposição durante as discussões foi um fato levado à tona ontem à noite: que a criação do Conselho Municipal dos Transportes tinha sido aprovado pelo Legislativo em julho e que até hoje o prefeito não tinha feito a regulamentação, ou seja, ele ainda não existe. “Veja o apreço que o prefeito tem pelos conselhos municipais”, ironizou Mário Botion (PR).

Fonte: Jornal de Limeira