70% dos processos da Promotoria de Limeira investigam o Poder Executivo
segunda-feira, 2 de abril de 2012Das 40 investigações em andamento na Promotoria do Patrimônio Público de Limeira, 70% são referentes ao Poder Executivo dos últimos 15 anos. A informação é do promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua, nomeado por merecimento como titular da 4ª Promotoria de Justiça, área do Patrimônio Público Social, no último sábado (31). Os outros 30% referem-se a ações contra as Câmaras da cidade Limeira e Iracemápolis, além do próprio Estado.
Segundo Bevilacqua, os processos são das gestões dos três últimos ex-prefeitos de Limeira: Pedro Teodoro Kühl (PSDB), que esteve à frente da administração desde 1997 por quase dois mandatos; José Carlos Pejon (PSC), que assumiu o cargo em 2002, pois, na época, Kühl foi afastado para disputar as eleições como deputado; e Silvio Félix (PDT), que assumiu o cargo em 2005 e foi cassado pela Câmara em fevereiro de 2012. Ele lidera a lista de processos.
“As investigações vão desde licitações e contratos administrativos fraudulentos, desvio de dinheiro público, contratação irregular de servidores públicos, até enriquecimento ilícito de agentes públicos em razão de corrupção”, explicou Bevilacqua. A área do Patrimônio Público Social de Limeira é responsável por todas as investigações dos atos da administração pública da cidade, e também da vizinha Iracemápolis (SP), que possam causar prejuízo ao erário.
Patrimônio Público e Gaeco
Para Bevilacqua, que até então era responsável pelo área de Meio Ambiente e Habitação e desde junho do ano passado auxiliava o setor de Patrimônio Público, a titularidade da Pasta deve resultar em benefícios para a população. “Porque agora é possível conciliar esta frente com o trabalho investigativo já realizado no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Com medidas em conjunto, o rumo das investigações pode ser definido em comum acordo e o processo pode ser agilizado”, analisou o promotor.
Investigação dos Félix
Em novembro do ano passado, uma atuação conjunta entre a Promotoria de Limeira, ocupada nos últimos oito anos por Cléber Masson, e o Gaeco de Piracicaba (SP), conduzido por Bevilacqua, com o apoio de diversos outros promotores, deflagrou a operação que resultou na prisão dos familiares do então prefeito Silvio Félix (PDT) e de outras oito pessoas.
O Gaeco investiga a família de Félix, que é acusada de manter um esquema milionário de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica, furto qualificado e formação de quadrilha. Até o dia 18 de fevereiro, o então prefeito não constava entre os investigados. Mas uma portaria baixada pela Procuradoria Geral nesta data determinou que o pedetista passasse a constar nas investigações criminalmente, assim como sua esposa e seus dois filhos.
“Eu já estava me empenhando em alguns casos como esse do Félix e agora pretendo dar continuidade ao trabalho do doutro Cléber Masson. O serviço vai aumentar, mas estou empenhado nesse novo desafio”, finalizou Bevilacqua.
Fonte: G1