Depressão e fratura lideram afastamentos em Limeira
segunda-feira, 27 de junho de 2011Em três anos, a cidade Limeira registrou 9.781 afastamentos de trabalhadores por doenças – como depressão, fratura nos ossos, hérnia e câncer de mama. Estas foram algumas das doenças que mais provocaram afastamento, segundo os números divulgados pelo Departamento de Relações Públicas da gerência executiva do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de Piracicaba.
De acordo com o INSS, em 2009, foram expedidos 3.622 auxílios-doença; no ano seguinte, 4,2 mil; e até maio deste ano, 1.959. A gerência de Piracicaba disse que existe uma grande diversidade de doenças e, na pesquisa, não há como incluir grupos de doenças, mas elencou as que correspondem ao maior número de afastamentos: depressão, fratura nos ossos, hérnia, câncer maligno nas mamas e extração do útero. Cada doença levou, em média, 300 trabalhadores, em três anos, a solicitar o auxílio-doença.
Já por acidentes de trabalho, Limeira teve 920 afastamentos em 2009; 934 em 2010; e 400 até maio deste ano, totalizando 2.254. “Temos jovens, de 20 anos, sofrendo acidentes sérios dentro das empresas de Limeira. Este é um problema grave”, declarou o membro da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira, José Carlos Pinto de Oliveira.
COBRANÇA
Segundo Oliveira, a atual organização do processo de trabalho e as cobranças da chefia têm causado o agravamento do quadro de doenças e acidentes de trabalho nas indústrias do município. “Tem trabalhador com seis meses de trabalho que está doente. O maior problema é a LER/DORT – lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares – que está crescendo muito entre a categoria”, falou.
Para o sindicalista, as empresas deveriam diminuir o ritmo de trabalho e contratar mais funcionários para evitar que mais funcionários sejam afastados por doenças. “Não existe uma preocupação com a saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores”, criticou.
DEPRESSÃO
Entre os bancários, a doença que está causando os afastamentos é a depressão. “O assédio moral e a pressão pelo cumprimento de metas têm causado a depressão em muitos trabalhadores”, falou a presidente do Sindicato dos Bancários, Dalva Radeschi.
Segundo ela, neste ano, cinco bancários se aposentaram ou foram afastados do trabalho. “Muitos que não foram afastados acabaram pedindo demissão”, disse.
Dalva contou que existem casos de aposentadorias por invalidez e que a maioria dos bancários toma remédio para dormir. “A pressão é muito grande. Por isso, eles acabam pedindo demissão. É difícil de aguentar”.
O benefício pago ao trabalhador em caso de doença ou acidente fica no mesmo patamar da remuneração recebida por ele ou recolhida. No caso do contribuinte individual, o limite do teto de benefício do INSS é de R$ 3,689,66.
Fonte: Jornal de Limeira