Homem dorme em barraca para evitar furtos
sexta-feira, 29 de julho de 2011Uma moradora desesperada. E sem saber a quem apelar. A queixa de uma técnica em enfermagem – e que não quer se identificar – envolve a falta de segurança num bairro novo de guia Limeira: o residencial São Miguel, que fica entre os jardins do Lago e Aeroporto. Uma onda de furtos e roubos assusta os moradores. Muitos deles já foram alvos de bandidos. Diante da insegurança, algumas medidas são tomadas como forma de conter a ação dos marginais.
A mulher revela que há duas semanas seu marido dorme na construção inacabada. Ele levou uma barraca para o local e dorme nela. “Fizemos isso para evitar que haja mais furtos”, conta ela, que já teve produtos de sua construção subtraídos cinco vezes. “Só neste mês foram duas vezes”, fala. E sempre levam materiais usados na obra. São ferramentas e objetos de hidráulica e elétrica. “Estamos na fase de acabamento, mas não aguentamos mais comprar e outros levarem”, diz.
A técnica em enfermagem acredita que teve um prejuízo em torno de R$ 10 mil. Apesar da perda financeira, ainda continua investindo. Foi obrigada a instalar uma cerca elétrica e comprar um cachorro da raça pitbull como forma de afastar os ladrões. Como não vê condições seguras para se mudar e também concluir a construção de sua casa, a família se divide. O marido dorme na obra inacabada, ela e as duas filhas estão em casas de parentes. “Cada um num canto”, cita.
O terreno de 300 metros quadrados (m2) foi adquirido com a ideia de realizar um sonho – o da casa própria. No entanto, os furtos transformaram os planos num pesadelo. As parcelas pagas mensalmente pela mulher não são baixas – em torno de R$ 800. “O bairro, os terrenos e as construções são bons. O problema é a insegurança.”
DESMOTIVADOS
O bairro não é extenso. Tem seis ruas e muitos moradores já foram roubados ou furtados. Por isso, contrataram um guarda noturno. Os delitos, porém, continuam. A mulher atribui os problemas à falta de segurança. Inclusive pessoas que adquiriram terrenos no residencial São Miguel estão desmotivados. “Estão perdendo o interesse em construir. Algumas construções estão com o mato alto, porque ninguém quer ficar mais no local. Tem muita gente querendo vender. As placas de venda estão em várias casas e terrenos”, observa.
Fonte: Jornal de Limeira