A Vara da Infância e da Juventude de Limeira recebeu na segunda-feira a lista das 10 escolas estaduais da cidade que mais apresentam problemas de violência, indisciplina e vandalismo. O levantamento foi feito pelo Pelotão Escolar da Guarda Municipal de Limeira. Com a lista em mãos, a juíza Daniela Mie Murata Barrichello, responsável também pela 3ª Vara Criminal, vai dar início a um projeto que visa a redução da delinquência no ambiente escolar. O trabalho será realizado em parceria com a Guarda Municipal e a Polícia Militar.

“A ideia é levar ações preventivas aos alunos. Pretendemos, por exemplo, fazer palestras sobre drogas, álcool e prostituição”, afirmou Daniela. O trabalho in loco será feito pelos guardas e pelos pms, que emitirão relatórios sobre o desenvolvimento do projeto à Vara da Infância e da Juventude.
A magistrada explicou que fará um acompanhamento das atividades. “Queremos ver resultados. E todas as partes vão ser envolvidas – os estudantes, os pais e os professores” -, disse a juíza.

Limeira conta hoje com 31 escolas estaduais, segundo informa o site da Diretoria Regional de Ensino. O mapeamento das 10 mais problemáticas foi feito com base em ocorrências registradas nas unidades pelo Pelotão Escolar.

“Todos os dias recebemos muitos chamados. E há aquelas escolas que rotineiramente temos que fazer rondas, conversar com alunos, acompanhar a entrada e saída dos estudantes”, declarou Rita de Cássia Florêncio, inspetora do pelotão.

Ela citou os principais casos de delinquência que ocorrem nessas instituições de ensino: briga de alunos, desacato a professores, depredação do patrimônio público, atos de vandalismo e a presença de gangues nas portas de algumas escolas. “E além disso, também há estudantes envolvidos com drogas. Por isso, eles precisam ser orientados”, falou a guarda.

Ela frisa que as situações de violência no ambiente escolar não atingem todos os alunos. Muitos são aplicados, cumprem suas obrigações em sala de aula e não cometem atos infracionais. Os problemas de comportamento de algumas crianças e adolescentes envolvem casos isolados, porém, que acabam gerando riscos aos demais colegas e à escola como um todo.

Um caso recente registrado em Limeira ocorreu no Castello Branco, na Vila Cláudia. No início de novembro, um estudante, de 17 anos, espirrou nos corredores um gás paralisante de uso restrito. Cerca de 15 alunos passaram mal e a escola teve que ser evacuada pela Polícia Militar.
Uma reunião será feita nos próximos dias para delinear as ações preventivas. Além das palestras, também serão realizadas atividades esportivas e recreativas em horários extra-aula.

A escola Dom Tarcísio Amaral, no Jardim Aeroporto, vai servir como exemplo para o trabalho. Há um ano, o Pelotão Escolar realiza projetos com os alunos. “Antes, o ambiente era bem complicado. Hoje, porém, são os alunos que cuidam da escola. Foi um ótimo resultado”, disse a inspetora.

Fonte: Jornal de Limeira