O projeto de lei complementar do prefeito Silvio Félix (PDT) que prevê empréstimo de 35 milhões de dólares com bancos internacionais deve gerar polêmica.

A proposta está na pauta da Câmara de Limeira de amanhã e a ala da oposição estuda votar contra. “Faltam informações da prefeitura. Consta que parte desse dinheiro será investida em obras de macrodrenagem. Mas que obras são essas? O que será feito?”, questiona Mário Botion (PR). Ele e Raul Nilsen (PMDB) deram um parecer contrário ao projeto na Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade.

Raul, que foi o relator, apontou que o atual momento econômico é inoportuno para se fazer um empréstimo como desse – isso por conta dos riscos aos cofres públicos que podem ser causados pela operação de crédito milionária. “O dólar está muito instável”, cita Botion.

Félix falou com vereadores sobre o projeto. Ele também se reuniu com comerciantes do Mercado Modelo para tratar do assunto. É que a outra parte do dinheiro que a prefeitura quer emprestar do exterior seria voltada para obras antienchentes. O prefeito chegou a dizer que se conseguir efetivar o negócio, o problema de alagamentos em áreas críticas de Limeira estaria “acabado”.

Botion diz que acha importante as duas obras. No entanto, ele questiona a forma como o projeto chegou à Casa. “Porque já não foram destinadas na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias – verbas para esses investimentos? O governo está disponibilizando 18 milhões para construir uma torre. Acho que existem obras mais importantes, como essa antienchentes”, critica o parlamentar.

Segundo ele, se o empréstimo for efetivado – após aprovação do Legislativo – o montante será pago pelo município em parcelas que vão durar quatro anos. “Daqui quatro anos, o mandato do prefeito já acabou e a conta vai ficar para o próximo governo. Isso também é complicado”, diz Botion.

Fonte: Jornal de Limeira