Limeira: Relatos de medo e pânico com a insegurança
quarta-feira, 2 de março de 2011Moradores do Jardim Manoel Simão de Barros Levy – conhecido como Inocoop, na cidade de Limeira- estão sofrendo com a insegurança existente no bairro, que fica localizado entre os jardins Odécio Degan e Aeroporto.
Relatos mostram que a população está refém do medo e deixam suas atividades cotidianas para ficarem apenas em suas casas, isso como forma de proteção familiar e de bens. O Jornal de Limeira ouviu relatos de moradores, porém preferiram não revelar suas identidades.
Moradora do local, uma idosa relata que teve a residência invadida duas vezes no último mês. “Num prazo de 15 dias entraram duas vezes na minha casa. Levaram primeiro alguns eletrodomésticos, como liquidificador. Da segunda vez, foram até joias de família. Estimo que já perdi mais de R$ 3 mil. Isso sem contar que parecia que um furacão passou na minha casa, toda revirada”, contou.
Os roubos e a presença constante de pessoas sem ocupação pelas ruas onde mora levaram a idosa a mudar a rotina e mesmo cogitar a se mudar do bairro. “Meu filho teve que mudar o horário no trabalho para não sair tão cedo de casa e não me deixar sozinha. Hoje fico sempre dentro de casa, trancada a chaves, estou com muito medo, tive vontade de mudar, mas não posso abandonar minha casa, senão vão invadí-la de vez”. Ela reclama, pois há 46 anos morando em Limeira, nunca sofreu roubo ou furto.
Outra moradora da vizinhança relatou o medo de deixar a casa quando tem compromissos fora. “Eu saio de casa apavorada, fico pensando como pode estar quando eu voltar, se vai estar tudo lá. Está de mais, antes não era assim”, reclamou.
Segundo ela, os problemas vão além das invasões. Pessoas ficam pelas ruas, em especial na esquina da Evaristo Jacon, consumindo drogas ao ar livre. Os moradores acreditam que estas mesmas pessoas são os que fazem os furtos a fim de manter o vício. “Moro há 14 anos aqui, se saio de casa fico num desespero. Temos idosos e doentes, as pessoas passam mal de nervoso.
A gente deixa nossos compromissos, já desmarquei consultas e tratamentos, só faço o essencial para não deixar a casa sozinha.
Nós deixamos de viver, acabou nosso sossego”, relatou a moradora. Uma terceira moradora cobra providências. “Nos sentimos largados ali, antes sempre tinha uma viatura, agora já nem aparecem mais. Precisamos de segurança, é nosso direito”, afirmou.
CHÁCARA
Todos os moradores consultados relatam a existência de uma chácara abandonada no bairro, que possivelmente tem sido a causa dos problemas. Segundo eles, o imóvel abandonado foi invadido por pessoas desocupadas, que tomaram o local e o utilizam para uso de drogas. “Ali tem gente o dia todo. Ficam usando drogas e fazendo bagunça, até mesmo pela noite”, contou um dos moradores. Eles dizem sempre haver pessoas reunidas nas ruas. “Eles ficam em grupos, dia desses quando eu parei para abrir o portão começaram a se aproximar, eu me apressei, pois temi o que podiam fazer”, lembrou um morador.
O tenente da Polícia Militar, Ney Pedreira Santos Junior, disse que o caso da chácara já foi informado à PM pelo Conselho de Segurança (Conseg). “Já estamos cientes e tomamos as providências imediatas. Estivemos no local, constatamos uma situação de total abandono. Como se trata de uma propriedade particular, foi feito um Relatório de Averiguação de Incidentes Administrativos, o Raia, encaminhado à prefeitura e à associação de moradores, para que também encaminhe”, afirmou.
O tenente aponta que é feito também um patrulhamento preventivo, por meio de policiamento comunitário. “Contamos com a base comunitária de segurança do Jardim Ibirapuera”, disse. Inclusive, ontem, foi feita uma operação na região. Santos Junior alerta que a população deve sempre registrar Boletim de Ocorrência, pois isso leva a região aos índices que apontam os locais com mais necessidade de atenção.
Fonte: Jornal de Limeira
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