A Câmara guia da cidade Limeira pode ver seus gastos aumentarem a partir de 2013. Conforme a legislação brasileira, os parlamentares municipais têm o direito de receber até 50% do valor do salário de um deputado estadual – que é de R$ 20.042,00. Se proposta com essa intenção for apresentada dentro do prazo (seis meses antes das eleições), o salário do vereador limeirense praticamente vai dobrar. Passará de R$ 5.233,52 para R$ 10.021,00 se o projeto for aprovado.

Somente o salário do presidente do Legislativo não teria a mesma proporção de aumento, já que ele recebe R$ 5.769,40. Caso seja apresentada proposta para aumentar a remuneração, os vereadores têm até março de 2012 para votá-la.

Por enquanto, não há movimentação em defesa de projetos para o reajuste. Mas já há parlamentares que não escondem ter posição definida a respeito do assunto. O vereador Eliseu Daniel (DEM) é um deles. Para ele, não há clima político dentro da Câmara para se fazer uma proposta desta natureza. “Acho que isso não deve acontecer”, fala.

Eliseu se posiciona contrário ao aumento. “Sou contra principalmente para quem exerce outra profissão. O mandato não exige dedicação integral, por isso dá para conciliar com outros trabalhos”, argumenta. O valor do atual salário é o ideal, acredita o democrata.

Já o vereador Carlinhos Silva (PDT), acha o valor baixo. “Quando o vereador se dedica integralmente ao mandato, tem isso como sua única função. Então, ele precisa ser melhor remunerado, como é o meu caso. Sou a favor de uma salário mais justo. Desde 2007 me dedico 100% ao mandato. Até tenho um programa de televisão aos finais de semana, mas sobrevivo do meu salário de vereador”, declara.

Carlinhos Silva afirma que, quando era radialista, tinha remuneração melhor do que atualmente. O vereador defende ainda uma verba extra para gastos no gabinete. “Muita coisa que fazemos são custeadas por nós mesmos. Além disso há muitos descontos. Uma vez recebi R$ 3 mil de salário por causa das cotas que foram ultrapassadas”, revela.

Em Limeira, os parlamentares não recebem ajuda de custo com relação a alguns itens – por exemplo, gasolina e celular. Outros, porém, possuem cotas. Como são os casos de telefone fixo e de xerox. Cada vereador pode gastar até R$ 500 por mês com telefone. O excedente é descontado do seu salário. No caso de viagens a trabalho, a Câmara custeia pequena parte. Refeições, por exemplo, não estão inclusas. Além disso, a Casa não custeia a viagem dos assessores dos parlamentares.

O pedetista acredita, porém, que em 2012 não haverá nenhuma proposta para o reajuste.