A Polícia Civil de guia Limeira acredita ter prendido um limeirense tido como “tesoureiro” do crime organizado no Estado de São Paulo. Contabilizar o tráfico de drogas – e também fomentá-lo – seria a principal atividade do acusado, mas como indicava a denúncia, sua prisão também confirmou o envolvimento com armas, que seriam destinadas a assaltos, conforme apontado aos investigadores.

O montador D.B.S., 25 anos, conhecido por “Dav”, foi preso ontem pela equipe do 1º DP (Centro) com quase 1 kg de cocaína “pura”, além de substâncias químicas usadas na mistura da droga, cerca de 500 gramas de maconha e um rifle semiautomático calibre 22 com farta munição. Ele seria ligado a uma facção criminosa paulista. Papéis com anotações sugerem a possível extensão de sua atuação.

“A denúncia era que ele seria do PCC (Primeiro Comando da Capital), guardava armas e estaria envolvido com o tráfico. Nos papéis, há uma grande quantidade de nomes e contabilidade referentes a regiões no Estado inteiro com valores altos e a elementos do PCC”, informou Sérgio Júnior, investigador do 1º DP. “A informação quanto às possíveis armas era de que se destinavam todas para assaltos”, ressaltou Everaldo Sampaio, também policial do distrito.

D. estava sob investigação da equipe do 1º DP, comandada pelo delegado Antonio Carlos Martin, há cerca de um mês, após os agentes receberem enfáticas informações quanto à sua atuação no crime. Uma pasta contendo centenas de papéis manuscristos revela uma eventual contabilidade do crime organizado. “Seria um dos ‘contadores’. O que me chamou a atenção é a organização em espécies de planilhas como se fosse uma ‘prestação de contas'”, disse Martin quanto às anotações, datadas desde 2007.

Além de promover a comercialização direta de drogas, segundo os investigadores, o montador também seria “fornecedor” de entorpecentes a outros responsáveis pelo tráfico em “biqueiras” – como são chamados os pontos de vendas nas ruas, principalmente na região do 2º DP (Morro Azul). Ele manteria o tráfico de drogas no Jardim Santa Adélia, apesar de residir no Parque Abílio Pedro. Tanto que, além dos 760 gramas de cocaína tida como “pura”, um pacote contendo ácido bório, assim como fermento em pó, também foi apreendido.

Misturadas as substâncias, o total do entorpecente triplicaria. Não fazia nem dois anos que D. tinha deixado a cadeia. Flagrado com todo o material em casa, no início da manhã, o montador confessou a responsabilidade quanto às drogas. A arma teria comprado há dois meses. Já em referência aos papéis que evidenciaram a suposta relação com a facção criminosa, D. alegou apenas que o material foi deixado consigo por uma pessoa, cuja identidade não foi revelada.

“Dav” acabou preso em flagrante por tráfico e posse ilegal de arma. Também foi autuado por violação de direito autoral, devido à apreensão de 800 DVDs piratas.

Fonte: Jornal de Limeira