Vereadores de Limeira falam durante 4 horas e meia ao Ministério Público
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012Os 14 vereadores em guia Limeira negaram, durante depoimento nesta quarta-feira (22) ao Ministério Público (MP) da cidade, o esquema de compra de votos na Câmara Municipal. Os depoimentos tiveram início às 14h e terminaram às 18h40.Os legisladores foram intimados a falar sobre uma suspeita de pagamento de propina para beneficiar o prefeito afastado, Sílvio Félix (PDT), que terá o impeachment votado nesta quinta.
Todos os vereadores estiveram na sede do MP desde as 14h. Os vereadores foram divididos em grupos de três e quatro depoentes, que foram ouvidos ao mesmo tempo por três promotores. Cada grupo ficou por aproximadamente uma hora na sala e, segundo a promotoria, ninguém confirmou o esquema de fraudes.
Na saída, o presidente da Câmara, Raul Nilsen Filho (PMDB), classificou a situação como “ridícula”. Ele afirmou à imprensa que se sentiu constrangido por ter sido intimado a depor. “Absolutamente constrangedor eu ter que sair do meu trabalho para vir até aqui”, falou.
O caso
A Promotoria apura uma denúncia, feita por meio de uma carta, que aponta o enriquecimento ilícito de um dos 14 vereadores de Limeira. Ele teria participado de um esquema para votar a favor do prefeito Félix durante a sessão de impeachment. A suspeita é de que outros vereadores também receberam quantias milionárias, de cerca de R$ 3 milhões, para proteger o prefeito afastado.
Durante a sessão de leitura do relatório, os vereadores que fazem parte da Comissão Processante (CP) deveriam votar o relatório final depois de três meses de investigação. Após três horas de leitura, os parlamentares Almir Pedro do Santos, Antonio Braz do Nascimento e Nilce Segalla votaram contra o pedido de cassação do prefeito afastado. Houve muita confusão e protesto.
Apesar dos votos contrários da CP, o prefeito afastado por ser cassado nesta quinta-feira (23) durante a sessão na Câmara de Limeira. Para isso, é necessário que dez dos 14 vereadores votem contra a absolvição de Félix.
Afastamento
Félix é investigado pela CP depois que a mulher, Constância Félix, dois filhos e outras nove pessoas ligadas a ele foram presas em uma operação do MP em novembro de 2011. Os envolvidos são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, sonegação fiscal e furto qualificado. Em dezembro, Felix conseguiu uma liminar e voltou ao cargo. Mas em janeiro deste ano foi novamente afastado por decisão da Justiça.
Fonte: G1