Violência assusta comerciantes de Limeira
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011Numa contabilidade rápida, pelo menos 10 ocorrências registradas só em 2011, entre vandalismo, furtos e roubos, alguns com grave ameaça à vida. É muito para uma área tão pequena, apenas um quarteirão da rua Santa Terezinha, no trecho compreendido entre as ruas Tenente Belizário e Sargento Pierrotti, no Centro de Encontra Limeira.
“Falaram tanto em Operação Papai Noel e não estamos vendo viaturas da Polícia Militar nem da Guarda Municipal por aqui. O pessoal está apavorado”, comentou o proprietário de uma loja de roupas, Émerson Perriello. Além da ausência do policiamento, ele reclama que a câmera de monitoramente da prefeitura, instalada no quarteirão citado, estaria quebrada. “Sempre que se precisa dela para identificar um criminoso, a resposta é esta: ‘está desligada'”, desabafou.
Próximo de seu estabelecimento, a empresária A.G.M. relata o assalto ocorrido há poucos meses em sua loja. “Ficou famoso na cidade o caso do ladrão que utilizava uma faca para roubar o comércio da região do Centro Acima. Fui uma das vítimas. Ele entrou no estabelecimento, rendeu um funcionário e levou R$ 600, além de um aparelho celular”, explicou.
A violência também esteve presente no episódio que envolveu o proprietário de uma loja de máquinas de costura R.D.S. “Eles ficaram observando a loja por muito tempo, mas não deu para perceber. Eu fechei o local e saí, mas precisei voltar 15 minutos depois. Quando eu entrei, eles estavam aqui dentro, armados, e me renderam. Levaram R$ 4 mil, entre dinheiro e equipamentos”, relatou.
F.A.M. tem uma loja de informática e surpreendeu dois rapazes no interior do estabelecimento, quando, durante a noite, o alarme foi acionado. “Eles conseguiram sair correndo, mas não levaram nada. Foram capturados pela Polícia Militar e presos, graças ao reconhecimento que fiz. Um era menor e nem ficou recolhido. O outro ficou dois meses presos e saiu. Sabe o que aconteceu depois? Eles vieram tentar me assaltar de novo. Há imagens dos dois captadas pela minha câmera de segurança tentando forçar a porta da loja”, reclamou.
Depois disto, F.A.M. instalou grades na entrada do estabelecimento. Há três meses, um grupo de dez comerciantes da região se cotiza para pagar uma empresa de segurança que oferece vigilância 24 horas. “Só aí é que pararam as ocorrências. Desde que o profissional foi contratado, não houve mais nenhuma loja furtada ou assaltada”, completou Perriello.
Forças de segurança apresentam explicações para as ocorrências
A Guarda Municipal lembra que a responsabilidade pelo policiamento ostensivo é da Polícia Militar e que apenas oferece apoio ao trabalho da polícia. Já a PM alegou a impossibilidade de patrulhar a cidade toda ao mesmo tempo e atender a todos os pedidos da população.
“Em geral, o comerciante pede a viatura da PM em frente ao seu estabelecimento durante todo o dia. Isto é inviável. Trabalhamos com estatísticas. Sempre nos deslocamos para pontos onde a produção dos boletins de ocorrência é maior”, disse o capitão Marcos Eduardo Rodrigues.
Ele não quis comentar o alto número de furtos e roubos na rua Santa Terezinha, mas pediu que o telefone 190, da Polícia Militar, seja acionado sempre que houver suspeitas sobre indivíduos. “Precisamos desta informação para estreitarmos os laços com a comunidade”, disse.
O capitão citou a Operação Papai Noel. “A partir desta semana, os comerciantes verão a frequencia maior da PM no patrulhamento. A operação suprimiu folgas e aumentou em 30% o efetivo policial no município, focando principalmente sua atuação nos pontos comerciais do Centro e dos bairros”, finalizou.
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